“Olha lá a plantinha nascendo na calçada, coisa linda!”
Vai o outro e chuta.
Tenho dó da plantinha que se foi,
Mas esqueço dos boizinho, das vaquinha, dos bezerrinho,
das galinha, dos franguinho, dos peixinho...
Dá um grito! Vira os olhos, a língua também,
Baba sangue,
Que têm que sangrar direitinho,
tirar as tripa tudinho, sangrar bem direitinho,
lavar até o cuzinho, de de dentro pra fora, de fora pra dentro,
exalando a maresia da paixão:
Pela carne vivemos, pelos ossos morremos,
e vice e versa.
E a gente ainda reclama que fica preso no trânsito,
no metrô, no trem, no ônibus,
Igual a uma cobra presa no buraco!
E o rabo preso então, maculado caminho.
Porque se eu virar vegetariano
vou ter que comer a plantinha que nasce na calçada...