31.3.13

Combustível



Congelado
Contato
Fuzível

30.3.13

Por enquanto


Humanidade
passos lentos,
sem bondade.

Tardigrada,
passos lentos,
zero grau.

Corte oportuno,
drible meia lua,
O zagueiro supimpa,
atacante magistral,

Caminho forçado,
volta à toa,

"Estamos indo
de volta
pra casa"

O burrinho pedrês,
só pá quem leu
etc e tal.

jogo de filacantos


27.3.13

Mecanosfera


O trem da vida!

Trem bão, sô!

Descarrilhô...

Entre

Rente

Ente(r)

A rua e a calçada,
o meio fio e a sarjeta.

A lua ensolarada,
o mar e a deriva.

O mel e a abelha.

A capoeira e a rasteira.
A esgrima e a esquiva.

Game over.
Xeque-mate.
Ratoeira.

26.3.13

Esperança


Louca
Poesia
Amante

Sonha
Amor'e
Fantasia

Anuncia
queda
proponente

Saúda
ação'e
procurar

para William Shakespeare

24.3.13

A máquina do tempo


Retrocesso espaço
do negativo fotográfico
à frequência psicodrástica,

(grafia psicográfica)

procurando alguma poesia
modelada, modelar
no meio de tantas outras que não vi.

Normalidade

Não existe.
Eu existo.
Vivo constantemente em crise,
a crise que devém (devir)
de cada momento ser único.

E às esquinas a dobrar,

as crises abrem frestas
por onde entram fios de luz.

Quem te inspira?


Todos me inspiram.
Você me inspira.
E inspiro todos, como ar.

Sou sujeito tremendamente promíscuo,
e ridiculamente feliz,

relva que grassa rasa
em qualquer canto.

Eu respiro.

Quem te inspira?

Na profissão?
No amor?
Na guerra?

O povo,
a música,
a dor.

com Juliana Garcia

Sempre



o jeito de sentar
de respirar
de ficar de pé
de esperar
de conversar

seriedade mesmo na diversão,
diversão mesmo no embate,

responder com dignidade
ao momento presente

22.3.13

Espanto


Affffff,
nossa,
coisa linda,
maravilhôssa!

21.3.13

Acontece


Enquanto uns foram soldados,
como em chapa de ferro,
outros se descolam, decolam
em silêncio, ou no berro.

20.3.13

Querida


Singela lembrança
desse dia de vida.

Encontros



Prosear
aqui ou em outro lugar
o mundo tá cheio
de cantos e causos

para Romy Schinzare

A mensagem


Nóis vamo invadi o sistema
e passá em rede nacional.
Só precisâmo de um terrorista cyberpunk
pra interceptá o sinal!

Semente



Um broto de mulher
que brotou em flor,
ao sabor do vento.

Potência múltipla.

Poetisa poeta poesia
A vida arde,
a morte murcha.

Procura
e recomeçar.
Dia noite.

Somente.

Emergência



Liberdade de expressão?
Descolamento crítico!

Do idiota ao sábio,
do pobre ao rico.

A certeza e a dúvida,
uma série de possibilidades.

O caminhar constante,
resiliência, e coragem.

19.3.13

Exu Tiriri Lonã


Cabelos enrolados,
densa zona de intensidades,

Enroscos multiplicados,
em hachura de cicatrizes,

Sucesso e fracassos,
uma colcha de retalhos,

Instantes decisivos,
de um trama microscópica,

na encruzilhada do meio fio,
entre a rua e a calçada,

uma rachadura,
chave, abre fecha,

Arco e flecha,
e fenda cósmica.

17.3.13

Sobrescrever



Momentos,
poemas,

tem uns difíceis de resolver,
outros transbordam
em excesso, incertos.

Alguns saem redondinhos,
que nem arroto de bebê.

Diverte e angustia,
o ato e a marca
de escrever.

Ah, sem contar várias coisas,
o gesto suscinto,
o equilíbrio de intensidades
entre o título e o corpo do texto,

Dueto de ambiguidades,
contravenções subversivas,
picardias imprevistas,

o jogo pessoal de uma fábrica de sonhos,
prelúdios, adágios, minuetos.

Alumbramento


Foto efeito
hipnotizante 
dos olhos
no peito.

Borboletas no estômago,
frio na barriga,
água na boca um sonho,

um jeito,
um chêro,
e um beijo.

Bater asas



A galinha e o ovo
redondo vibro

da lagarta à borboleta
fecho, depois abro
gatilho e mira

Atiro

Até o bico do corvo
rosno, mordo e morro

Do ninho de cobra
à águia rainha,

Fênix renasço,
entre o cansaço e o novo.

Português vinheta


Camões, Pessoa, Saramago,

Machado, Rosa, Amado,

Quintana, Leminsky, Drummond,

Darcy, Graciliano, Milton,

Tantos mais,
outros tantos,

que tantas línguas pátrias
e ciências estudaram,
para tua linda língua-mãe
agraciarem de louvor.

Sem falar de traduções,
mercado editorial,
indústria tipográfica,
imensidões.

Além dos livros, violas, as rinhas,
o asfalto e os morros.
Rodas de bambas,
na orelha o xaveco,
o sussurro e a rima.

Língua viva, guerra suja,
gíria finta, gambiarra
e miscigenação,

"Omssa"
"Uma sopa pá nóis"
"As mina pira"

Terra gira,
Mundo cão.

Tato


A cor
a forma
o zelo,
não tanto importam.

O calor
a pele
o cheiro
sim, abrem as portas.

Sorriso comove,
carinho fraterno.
Olhos atravessam
fronteira, transposta.

Mãos são cúmplices,

distância é rio,
é tempo, barreira,

seixo rolando,
corpo nu,
mesmo fogo no pavio.

Tatoo
território
pontes

de ébano,
e mato,
buritizais.

Das referências


Eu uso a internet para fazer
atitude ops poesia,
e eu adoro essa inútil
sedução ops picardia

Leda e o cisne


Da banca do homem mal,
à beleza da fêmea fatal.
Quando a natureza (sábia?)
é infinitamente mais letal.

Engendraram-se uns nos outros,
engrenados.

As ciências claras e escuras,
da profunda superfície
às alturas, e o simbólico
cogumelo, nuvem obscura

A cobrir a humanidade
de penar e pesar e pensar,
ás guerras frias,
os sangues quentes,


mas também congeladas,
virtuais potências,
no eterno retorno
dos jogos de videogame.

Onde brincam as crianças,
jardins do mundo,
a grama grassa
e a cova rasa.

Mesmo o cinema de Loznitsa
e a relva palavra de Whitman,
colidem em fúrias de titãs,
os ombros de gigantes,

o sol nascente e o poente,
o orvalho e a neblina.

Tudo tão igual
nada tão diverso.

Terra sublime,
mundo perverso.

jogo de filacantos

Na medida do possível


Na medida do impossível,
tanto melhor.
Você é do tamanho da sua imaginação.

16.3.13

Equação


Pura opção.
O valor do desejo,
O preço do tesão.

À sete chaves



O coração guarda vários amores,
cicatrizes, dissabores.

Mas cada amor só
diz respeito um ao outro.

Muitos rios, duas margens,
travessia, e pronto.

15.3.13

Na escuridão


Olhei pro espelho
num quarto sem luz, 
e meu vulto vi,
os olhos brilhando nus.

para Diadorim

14.3.13

Estar entre


O corpo
os corpos
os poros

Esporas
cavalo
um louco

Rei
me deu asas
me fiz bicho

Luar

jogo de filcantos

Marca de hachura


Jogo da velha,
a molécula,

Das batalhas de tabuleiro,

O xadrez, a dama.
A esgrima, esquina,
e cartas na manga.

9.3.13

Quarup


Demiurgo das palavras, nomes
que sempre voltam à cena,
ainda que outros arcos
outros fatos, outras antenas.

Alguma outra mediunidade
específica de artífice em modelar
belezas e austeridades
congeladas, delicadas, serenas.

Duras cadeias molares
de jogos moles,
fascinações desejantes
intramoleculares.

8.3.13

De escrever


I love y
Your sexy machine

à maquina

jogo de filacantos

Antígona


Descrente do que sente,
mas rente à todo momento,
em sair pela tangente.

Abriga
na barriga, umbigada,
um bardo,
a briga.

(Aquela treta antigona)

7.3.13

SK8


System Kingdom Eight

8

Infinita potência


As portas do reino dos sistemas
rodam

Altos e baixos


O sol brilha lá em cima,
mas a água sempre corre mais ao fundo.

Abóboda celeste circunda
o que em terra é horizonte vago.

toca-fitas, giramundo

Etecetera e tal


A fonte transborda
no espaço sideral,
milagres cotidianos,
em rede de pesca mortal.

O buraco mais embaixo,
na sola do pé sempre,
mas também mais cima
nos orifícios de encruzilhadas.

5.3.13

Tardigrada


A passos lentos,
devagar e sempre
uma taturana alça voo,
borboleta do retorno.

Do frio ao calor extremo
hiberna solidão tranquila
de um (c)urso d'água fluindo
rio da vida permei'aniquila.

Do umbigo


Das palavras que acabam comigo
renasço,
e nascem outros d'eu mesmo.

Implícita


Tomar café,
mesmo chá,
religiosidade
implica.

De ruídos redundantes,
falo nada,
nem explico.

Medo é pra ter coragem.
Coragem é pra rasgar o medo.

Do começo do mundo,
ao mundo vou e findo.

Revirada



Nos caminhos do nômade,
entre o dia e a noite,
à madrugada, o salto
do esquizo, frenético!

Momentos intensos,
cada qual um mundo,
mesmo em um segundo,
longa jornada.

Engrenagens



E a corrida dos ratos
cada vez mais cedo começa,
sem hora pra acabar,
dir-se-á que nem para.

Na roda gigante,
o redemoinho.

Da cova-rasa
à estrela rara.

Ferormônios



Quando ela passa
e o vento sopra,
remexe os cabelos
e arrevôam fadinhas.

Perfume cangote,
as ancas sinuosas,
do nariz aos olhos,
do momento meu dote.

Jagunço



No sertão, na favela.
A terra vasta, caminhos dela.
A mira exata, no zé ruela.
À mesa farta, ou comendo terra.

Coragem e o medo,
faca de dois gumes,
carrega no peito a marca
do agridoce e do azedume.

O Fogo da guerra, Tatarana,
Lagarto cospe-fogo.

O veneno da cobra, cascavel-cruzeiro,
Urutu-branco, grande guerreiro!

para Riobaldo