30.4.13

3 gerações


Anestesia
Eutanásia
Anastásia


26.4.13

Equinócio


dias lindos
luz da tarde
noites frias
sóis de outono

25.4.13

Trópico de Capricórnio


O que te traz, saudade,
a essa saudosa terra do sul?

Perguntas



Quantas você quiser meu amor
pra você sou um livro aberto
facinho, porém calhamaço


algo a que me amalgamo tal qual máquina

24.4.13

Fonte



Pequeno ponto de reinício
propício
de um imenso longo processo

Do aqüífero submerso
Ao mangue pantanoso

Passando pelo mar

23.4.13

FKX, a gaivota e o peixe



Flight Kingdom X
Crossing skies
Skyscrapers to
Enter, see

Glimpse
detect
espy
find out

clouds
blue notes
surf smooth

entrever nas ondas
Montanhas de gelo
Mergulhando na água

Submergir
mar

Turtle Shield



Corpo espada
Pena escudo
Bandeira estandarte
Trombeta retumbante

19.4.13

Discotecagem


Drogas vícios,
Emancipação.

Cristal do acontecimento total

sampler
sempre

samples (amostras) mixagem
pedaços de plágio tecimento
original colcha de retalhos

sintetizadores
e caixas de som

trincam
a taça de vidro
o pote de barro
talvez Santo Graal

explodem chuvas de poeiras
areia do mar e prócela
tempestade no deserto

para Arthur Rausch Cogo

Dilemas


"le don de rien"

Filhos da contradição
o plágio antecipado

escravos do charme mágico das afinidades

A palavra veneno e remédio
Faca de dois gumes
a cortar

grama
jogo
bola

A pesquisa biográfica
A ficção documentada

Nostalgia da perda
Encanto de reencontrar

no coração
uma lágrima de sangue
sinapses e neurônios
corpo cicatriz

para Juliana Garcia

17.4.13

Tourada (Chicago)


Bulls
Blues
Rules

Intervalos


Ritmos
Músicas
Ruídos

Cristas das ondas

Saudades
e mar

14.4.13

Desilusão



Anda na chuva de sandália
quer manter os pés secos

Pisa na poça d'água
molha os pés

acaba a utopia
começa e realidade

Continua caminhar
mesmo assim

soundtrack: coisa nº 8, Moacir Santos

Placebo


Lembrança motivo do amor
Máximo de utopia amor genérico

Amor como desejo
Continuidade e sorte

Engrenagens do desejo
acaso e corte

Lichia


Quando o cheiro da tua pele
é o aroma de outro algo
possível em qualquer lugar

13.4.13


Xadrez
dos peões à realeza


Bispos luz escuridão
diagonais espirituais


Dama
ferocidade e beleza


Cavalos saltam e dobram
espaço multiplicado


Torres
estruturas transversais

Mestre e discípulo
Peão vira dama

Rei impera em meio
à xeques, leitmotiv

Xeque mate
fim de jogo

e recomeça

para Luiz Guimarães Monforte

11.4.13

Endotermo


O inverno chegando,
a vela acesa.

A madeira e as sombras,
copo de bebida sobre a mesa.

corpo s atraca m,
corpo s afasta m,

Os corpos que resfriam,
na madrugada fria,

insinuante dama.
Vida louca,

Tango drama,
Vida bandida.

Incêndios,
incestos.

Insinuosa
multidão.

6.4.13

Cortando o céu


Ao sul focado
Sufocado vazante
Suado suave

Ave do norte
com seu bando
migra e vai-se

Flecha de pássaros
Cheiro de chuva
Vento na face

jogo de filacantos

Prato feito



Poeta,
arauto da poesia,

da mentira da realidade
à verdade utópica,

come batata frita
e recita papoula da Índia.

5.4.13

Adágio para cordas



em meio às ondas
o primeiro agudo do violino
sobe da harmonia, 
lindo demais.

Gaivotas voando,
o mar e o céu,
o abismo e o cais.

para Samuel Barber

Colecionador


selos
moedas
insetos
cabelos

lembranças
momentos
fauna flora
desejos

traumas
amores

fotografias
músicas
poesias
desenhos

e anônimos

pixels e bytes
neurônios
e sinapses

Autônomo

Velho de guerra

Cicatriz
dor

Algumas vezes



Poesia, registro poético,
mesmo em prosa,
de algo que ocorreu,

uma atualidade que virou ocorrência, 
um vislumbre, deslumbre,
alumbramento,

um agenciamento,
grande ou pequena hecceidade 
de um e muitos momentos.

Outras, e intermitentemente,
o desenho de uma porta, um porto, 
um horizonte de linhas de fuga, 

uma passagem entre o real,
para a utopia,
a criação de universos,

onde já não é mais possível distinguir
sonho e realidade, o inteiro do desejo
e suas partes.

3.4.13

Milionários


Mija,
achando que é ouro.

Nas rocha


se fosse amor...

mas era graffitti.