19.6.15

Et Caterva


Amor é uma jóia que você guarda num castelo

(se de areia, de cartas,
com ou sem passagens secretas,
túnel de fuga, a própria Terra,
não interessa)

ou num esconderijo,
mapa do tesouro,
costurado à roupa do corpo

Amar é guardar uma jóia que você pole,
lapida, ou um castelo que você constrói.
Até a morte?

Mesmo sabendo que, no fim, tudo dá em nada,
do pó ao pó,
"roubaram meu anel",
etc

Porque o fim não interessa,
só a si mesmo,
interessam, sobretudo,
os meios

para Claudinho de Oliveira, Suellen Siccotti e Kazimir Malevich

16.6.15

de tanta paixão

Ela mordeu o pau dele como se fosse uma salsicha
Ele, sabendo do fim iminente frente à hemorragia,
Mordeu o pescoço dela, aquele cangote cheiroso,

Como uma última rebeldia

10.6.15

do Viaduto


de abrigo e desamparo
o gesto duplo
de quem mora embaixo