30.10.11

Diário, ou San versus Rôku (3x6)


Escrevo para fechar o corpo,
para abrir os caminhos,
para curar as mágoas
e cicatrizar os espinhos,
que rasgam minha pele,
num transbordamento sanguíneo.

E que um dia eu escreva
para vencer labirintos,
remover as pedras
e convencer destinos,
transformando a mim mesmo,
num pássaro de fogo.

Escreveria mesmo sem cessar,
até o infinito dos versos,
até findar o universo,
se não fosse parar,
um dia,
esse insensato coração.


O anjo pecador


Descortina o que era velado, calado e mudo.
Torna claro e modela a fauna e a flora,
no escuro da terra a semente e a morte.

Abre asas, sobe alto e mergulha profundo,
Renova o velho, descobre o novo,
Entre passado, presente e futuro.

17.10.11

Sonante


Música de chuva e silêncio
regando a terra.
O trabalho.
A atmosfera.

Tempos imateriais


Escritório? Uma idéia!
Computador? Lapiseira, um caderninho!
Joga na rede, nada sozinho!

Aceleração


De dia xícaras de café.
À noite taças de vinho.
Água o dia inteiro.

Combustível para o motor.
Fumaça biodegradável 
saindo do carburador.

9.10.11

Embarolhado


Cocô
rolando
na ribanceira.