30.1.13

Sintonia


Morrendo de vontade
de encontrar você,
vida.

Portais cósmicos que ligam dimensões.
Às vezes difíceis de perceber.
Mas também as coisas mais simples,
das que estão sempre ai.

Vida,
coisa linda nome de mulher.

Morte,
a certeza sorte do homem.

28.1.13

Ressonância


Abafadas em panos quentes,

ou debaixo dos tapetes,
ecoam fofocas, lorotas
e promiscuidades.

É que, apesar das ondas de Schumann,
imperam sistemas subliminares.

do caos ao cosmo


O caldo
A gênese

A Terra
O jeito
O jogo

O drible
A ginga
A gambiarra

O chaveco
A chave

Cada jogada

Carnaval às avessas


O boemio que festeja o ano inteiro
às vezes hiberna
na hora da festa.

Desejando a todos bons tempos,
dorme um sonho,
onde dança o povo.

Sofrido.
Contente.

24.1.13

Correio elegante


Aqui se postam muitas coisas interessantes,
fotos legais, questões criativas...
e altamente bizarras!

Precisamente um pensamento coletivo,
onde muito se produz,

quando de fato nada se faz,
nada se cria, nada se perde,
tudo se transforma

janelas virtuais, janelas reais

Agora, onde estão as praças sem grades,
a continuidade,
os espaços públicos?

Na selva de pedras.
Deserto?

Campo de batalha.

Nome


Só pra envelopar aquela carta de amor,
nada mais.

Amantes anônimos.


Acreditar


Ah, o coração!

sempre criança,
sempre mulher,
sempre molécula.

sempre mole água
ou pedra dura,
tanto bate até que fura,

flexível
flora e fauna.

23.1.13

Desire


All I want
is you

22.1.13

Profunda superfície


Nem tanto tomar o poder,
mas antes encontrar as chaves
quem abrem as portas do cosmos,

um terceiro olho,
no meio da testa.

Olho mutante,
rompendo os grilhões.

Leveza


pássaros
vento
beija-flor

peixes no mar
cobra na terra
labareda no frio

céu no calor

deixar pra trás
partir pra frente
ou retornar

tranquilamente
a todo vapor

21.1.13

Printscreen

 
Fotografias de um universo virtual.
 

A dança dos mendigos


Deitados em meio à balbúrdia
ou flertando golpes incógnitos,
no fundo querendo apenas

um pouco de contato,
um pouco de carinho.

Cena


O gosto de ter interpretado
esse ou aquele papel
não sai mais da boca,
igual tatuagem.

Do doce amargo
ao agridoce.

19.1.13

Oeste


O sol poente.

Início do fim,
onde o dia acaba,
e a noite começa.

A vida e a morte,
O esforço e a sorte,
e os recomeços.

Arruda



O cheiro dela
no meu cabelo
na minha barba
na minha pele

É algo belo,
entorpecente.

É coisa braba,
a minha terra.

A medicina,
a armadura
e a guerra.

Cromácias


Flores:
lindas cores
texturas peles,
de uma foto de sabores.

Trabalhadores


Pão
Partido
Pau

Profana
Putaria
Política

Trabalhar as dores

18.1.13

Planeta água


Cansado estou,
mas o mundo é mar
e marujo sou.

Meu porto é o coração
das pessoas que gostam de mim,
mas meu barco é meu próprio coração.

Tudo meu as ondas levam,
ondulam tempo, luz e vento,
acima e abaixo a escuridão.

Cansado estou,
mas navegando me vejo perto
e de mim longe o horizonte cego.

E quando náufrago destino certo
Respiro em frestas guelras
o sal, a água e o ar,

tateio em barbatanas
o sol e as sereias.

16.1.13

Da esquizofrenia


O discurso nunca é pleno,
e sempre sai pela tangente.

Esponja


Diretas Já?
Direitos trabalhistas?
Dar a própria vida?

Dinheiro pra consumir,
pra gastar,
pra negociar!

Territórios,
simbiótica luta.

Fronteiras a erigir,
permear,
e destruir.

Sentimentos


Quando os sonhutopias
paixões e fantasmas

são mais nitidíntensos

que o tempo-espaço
que o espaço-tempo

A caminho, do anti-herói


Percebo revolucionários
e reguladores (reacionários) sociais
atuando ininterruptos
em cada tempo-espaço.

Mas quem sou eu pra falar?
Tropeço na calçada
e vou trabalhar.

14.1.13

Produção²


Entre um diário
e um livro de artista.

Escreviver poesia
como um artista "prástico",
um ator drástico,
de um livrorizoma.

Lótus, borboletas no estofo


Às vezes sinto que estou me comprimindo num casulo.
Outras, que já posso voar.

Sinto-o constantemente,
por mais que só venha a expressar uma vez.

Será a percepção do ciclo de nascimento e morte?
A essência real de uma flor.

original de 2009

Contradição amorosa a la Mário Quintana


Manuel Tomas adorava vê-la dormir,
Bandeira do seu ser.
Mas jamais suportaria
que Tereza viesse a morrer.

original de 5.8.2009

Charco


The only time I saw him,
the wet dog,
he was walking nowhere,
in a rainning night.

original de 11.7.2009

Nascimento


E é no fundo da madrugada
que contemplo a lua mágica,
nadando por entre
as nuvens do mundo.

original de 11.7.2009

11.1.13

Bumerangue


"É o efeito!"

Abelha
Beija-flor
Sonhos

Quimeras
Sereias

Tudo novo velho
Tudo do mesmo jeito.

Filosofar


Aprender a morrer.
Dar adeus a si mesmo.
Buscar novos caminhos,
e nunca mais voltar.

Ainda que sempre retorne.

Abóboda celeste


A Capela Sistina,
A estação Pinheiros do Metrô,
O quintal de casa, na Vila Ré,
Zona Leste da terra ocidente.

Grande céu, pequenas pátrias.

O resto é silêncio


Benfazeja gratidão.
Você própria transformei em palavras.

Ou melhor,
transformei a nós mesmos.

Sonhos de uma noite de verão.

Gratidão


Quando um novo momento,
de eterno retorno,
leva embora o medo da morte,
da ausência e do nada.

Leva embora tudo,
maremoto tempestade magma,
e tudo renasce em alegria,
tranquila agitação.

Tempero de tempo.
Tempera de fada.

Benfazeja


Chegou ainda de noite,
pousando na relva,
orvalho da primeira manhã.

Pura luz,
linda livre leve solta,
fluída, ondulante, louca,

ressoando infinita
por imensos universos.

6.1.13

Potência


Repulsa e desejo.

Aquele impulso de vida
que nos leva à frente,
e acima, e abaixo.

Ignição
como um turbo,
como um peido!

Vagabundo


Faz questão de viver
como se não houvesse grande problema,
além do que já foi relatado
nos vastos compêndios da humanidade.

Fazer cocô e catar coquinhos.
Vagar como vento.
Devir vento, à deriva
devagar, rápido lento.

Operação Fantasma


Eu
Nosotros
Soul
Sonhos

jogo de filacantos

5.1.13

Varredura


Da gente não vai sobra nada,
nem os ossos, nem o caroço.
E ó que o caroço dura mais que a carne!

Presente


No futuro o sol vai queimar a terra,
mas hoje me deixa tão feliz!

3.1.13

Lapidar da pedra


O máximo de diamante
que eu consigo de uma vez,
dos momentos que eu adoro
e me perturbam.

Dinamite para escavar a montanha.
e um ladrão invisível.

para Thorin escudo de carvalho.

Filiação e aliança


Uma coisa é uma coisa,
outra coisa é outra coisa.

E um cuscuz, é o quê?
Uma coisa misturada,
oras bolas!

Destiladante, refinado,
tênue filtro da vida,
a relva e o mato.

Clara direção,
perdição escura,
noite de amor,
de verão.

Chão 
e altura

O deserto e a deriva


relação de amor
em cima da linha
melódica.

outro estranho,
céu e terra,
rosto amigo.

Imensidão
inóspita

jogo de filacantos

2.1.13

Serena procela


oração se transforma,
na medida em que a paisagem
se torna tempestade.

1.1.13

Ano novo


A partitura dos fogos de artifício.

com Juliana Okuda