É uma máquina de guerra por excelência. Porque, imagino, tem que haver um ótimo consenso entre seus participantes, artistas, direção, figurino, iluminação etc, sobre aquilo que se vai apresentar, tem que se colocar as cartas na mesa todas, do coletivo, um jogo micropolítico, toma lá da cá, de barganhas, a fim de ver qual é a moral da história - aos vencedores as batatas (Tchecov) ou tudo acaba em pizza (Veríssimo). Sob o risco de, não o fazendo, dizer o que pensa, inviabilizar-se a pessoa artística, ou seja, aquela que, em essência, deve expressar-se livre, plenamente (apesar e a partir de todas as condicionantes contextuais). Para que assim, a máquina de guerra do monólogo ou da companhia circense cigana e teatral faça o que tem que fazer de melhor: ritualizar o passado, celebrar o momento presente e, principalmente, transmitir uma mensagem ao Público, numa semente de futuro. Independente de causar êxtase ou asco, dependendo de quem o sinta, o ritual deve ser cumprido, e o espetáculo tem que continuar. Essa é uma palavra de ordem, e um convite à sua subversão.
9.1.17
o (bom) teatro
É uma máquina de guerra por excelência. Porque, imagino, tem que haver um ótimo consenso entre seus participantes, artistas, direção, figurino, iluminação etc, sobre aquilo que se vai apresentar, tem que se colocar as cartas na mesa todas, do coletivo, um jogo micropolítico, toma lá da cá, de barganhas, a fim de ver qual é a moral da história - aos vencedores as batatas (Tchecov) ou tudo acaba em pizza (Veríssimo). Sob o risco de, não o fazendo, dizer o que pensa, inviabilizar-se a pessoa artística, ou seja, aquela que, em essência, deve expressar-se livre, plenamente (apesar e a partir de todas as condicionantes contextuais). Para que assim, a máquina de guerra do monólogo ou da companhia circense cigana e teatral faça o que tem que fazer de melhor: ritualizar o passado, celebrar o momento presente e, principalmente, transmitir uma mensagem ao Público, numa semente de futuro. Independente de causar êxtase ou asco, dependendo de quem o sinta, o ritual deve ser cumprido, e o espetáculo tem que continuar. Essa é uma palavra de ordem, e um convite à sua subversão.
7.1.17
Mundo
Nave
Abismo
Roda moinho
Globo celeste
Mar
e Terra
Partícula atômica
Núcleo
bola de Fogo
Ar
Etéreo
Vento e maré
Viagem sideral
Paz
e Guerra
4.1.17
Kundalini
Nó de marinheiro
Molhado
Duas serpentes
Enroscadas
Medusa
Medusa
Ofíuco
Andrômeda
As divindades testemunham
A jornada
serpenteando pelo corpo descontrolada
chuva de gozo
na fresta oportuna do momento
Fogos de artifício
Do buraco da minhoca
serpenteando pelo corpo descontrolada
chuva de gozo
na fresta oportuna do momento
Fogos de artifício
Do buraco da minhoca
às explosões intergalácticas
de chakra os fluxos
Embrenhados de karma
Uma terceira carta
Uma terceira carta
Certeira flecha
A bela e a fera
O desejo e a palavra
Na sola dos pés
Na sola dos pés
Passando por todos os poros
dilatados absorvem
a polpa e o suco
Exalam
perfume
Narina
língua
molhado toque
A cachoeira do corpo
dragão ascendente
à luz da lua
As carpas nadam
dilatados absorvem
a polpa e o suco
Exalam
perfume
Narina
língua
molhado toque
A cachoeira do corpo
dragão ascendente
à luz da lua
As carpas nadam
Rastejando e lambendo
Como uma cobra
a terra roxa
a relva turva
Adormecida na lombar
Acorda
A flora
A voz
olhos mudos como bocas
a terra roxa
a relva turva
Adormecida na lombar
Acorda
A flora
A voz
olhos mudos como bocas
orações cantadas
A conquista do prazer
em meio a um campo de guerra
Do deserto ao mar
A conquista do prazer
em meio a um campo de guerra
Do deserto ao mar
dobrar os joelhos
submergir e ascender
Ter fé
Num rabo de saia
Ter fé
Num rabo de saia
1.1.17
Luz interna
Lembrando agora de uma situação muito antiga, final da
década de 90: era bem xofem, indo do metrô para para casa, voltando de alguma
balada, o sol nascendo, o bek em brasa. Encontro com um sujeito de bike, negro,
de óculos, magro, expressão séria, pensando agora diria que parecia o Cartola
(naquela época em que fumar na rua implicava trombar malandros de toda ordem,
ceder ou pedir um "pega", ouvir uma história qualquer), ele me conta
que trabalha no Instituto Médico Legal - IML, no centro, e que vai e volta todo
dia de bike (dali do fundão da Penha, naquela época não tinha ciclovia), que
trabalhando todo dia com gente morta queria mais é se sentir vivo, e naquela
alvorada o Sol nascia mesmo era de dentro daquele homem.
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