9.1.17

o (bom) teatro


É uma máquina de guerra por excelência. Porque, imagino, tem que haver um ótimo consenso entre seus participantes, artistas, direção, figurino, iluminação etc, sobre aquilo que se vai apresentar, tem que se colocar as cartas na mesa todas, do coletivo, um jogo micropolítico, toma lá da cá, de barganhas, a fim de ver qual é a moral da história - aos vencedores as batatas (Tchecov) ou tudo acaba em pizza (Veríssimo). Sob o risco de, não o fazendo, dizer o que pensa, inviabilizar-se a pessoa artística, ou seja, aquela que, em essência, deve expressar-se livre, plenamente (apesar e a partir de todas as condicionantes contextuais). Para que assim, a máquina de guerra do monólogo ou da companhia circense cigana e teatral faça o que tem que fazer de melhor: ritualizar o passado, celebrar o momento presente e, principalmente, transmitir uma mensagem ao Público, numa semente de futuro. Independente de causar êxtase ou asco, dependendo de quem o sinta, o ritual deve ser cumprido, e o espetáculo tem que continuar. Essa é uma palavra de ordem, e um convite à sua subversão.