27.2.13

It's not about that shit


Não me interessa se é negro,
se é branco,
pardo amarelo azul vermelho
ou cor de rosa.

Nem amendoim,
amendoado,
cor de abóbora.

Nem se o cabelo é liso
louro crespo pixaim
ou enrolado.

(Pero Sarará Criolo!)

Intessa sim
Se chega no sapatinho,
se chega de igual pra igual,
humildade superior na moral.

Se tem sex appeal
that's all.

Porta-voz


Aquela vez,
no sarau.

Aquele homem
recitando
poemas,

como um rei
do submundo.

Denso leve fluido,
médium atento astuto,

Plural

para Adilson Olar da Silva

26.2.13

die Morgensonne, o Sol da manhã


Rompante,
o sol nasce da noite,
a luz do caos,
enamorada.

O dia que começa
na madrugada,
quando tudo tá escuro,
e não se vê nada.

O orvalho sobre a relva,
noite passada.

Os motores não pararam.
E regeneram.

Os pássaros que cantam,
no crepúsculo,
a alvorada.

para Emiliano Sampaio

24.2.13

Prenda



A cor, o cheiro e o gosto
do corpo que gosto.

23.2.13

A tempestade (estórica)


História, sempre o estandarte
da bandeira, o motivo da trombeta,
ou o tapete do chão.

A vassoura que governa
pra debaixo varre, chão de giz,
pó de estrelas, paz e guerra.

 “Meu reino por um cavalo!”
“Aos vencedores as batatas!”
Viver perigo, viver com dor.

Água derramada cobra d’água,
mais pro fundo sempre.
Sangue seco e fresco grão.

Das sementes da terra Mil histórias,
Microhistórias, submundo errante,
transbordante ventania.

Grandes sintomas sonoro dramáticos,
revolucionários de mil orquestras
para cada ouvido solitário.

Conta uma estória Vó?
Bate palma pra vovó cantá.
Conta uma estória Vô?
Então busca o cachimbo pro vô pitá.

As aves e os bichos, a peste e a fome,
Tudo isso é vida, tudo são artes,
são vícios, experiências e libertações.

Mas a história que mais gosto é a dela,
Que me tem todo pra si só com teu olhar,
Vida minha sou seu,
teu sol, meu mar.