Eu papel escrito,
tu garrafa,
nós no mar
Vós navegais.
Ele encontra e lê.
Eles escutam
Saudades,
Sabia?
Do seu corpo líquido,
da sua voz,
o mar dos seus cabelos,
um cheiro de vento,
sagrada Janaína
Depois eu esqueço,
mas eu sempre lembro também,
memória de cachorro vadio
perdido na praia.
Procura talvez seu dono,
aquele capitão de areia,
andarilho da velha cidade,
litorânea e portuária
perdido na praia.
Procura talvez seu dono,
aquele capitão de areia,
andarilho da velha cidade,
litorânea e portuária
Amantes sempre tem saudade.
Saudade de marujo,
saudade que vem de longe,
que dilata num porto distante,
e talvez volte à pátria antiga.
Provável que não volte e morra no mar
A saudade que o filólogo sente
da biblioteca de Alexandria
E o sonhador,
da cidade submersa de Atlântida
Antiga flor do sertão
Todas as fontes vulcânicas
de amores proibidos,
dos prazeres represados,
as comportas abertas
Das procelas do cotidiano
a humanidade vive rotina
enquanto no fundo do mar
movimentos mais lentos
movem o mundo e as histórias
Enquanto o navio segue sozinho,
lutando contra os ventos,
fagulha no oceano,
a confiança na bússola
a esperança de um farol,
a luz no fim do túnel,
da escuridão aquática
Todas as fontes vulcânicas
de amores proibidos,
dos prazeres represados,
as comportas abertas
Das procelas do cotidiano
a humanidade vive rotina
enquanto no fundo do mar
movimentos mais lentos
movem o mundo e as histórias
Enquanto o navio segue sozinho,
lutando contra os ventos,
fagulha no oceano,
a confiança na bússola
a esperança de um farol,
a luz no fim do túnel,
da escuridão aquática
carcaças e o cais,
da rocha magma
polida no mar