18.10.23

O beiço do vírus

 Li teu livro num sopetão, como se deve ler um livro endiabrado

Indiabradis, como diria o filosófis

Indócil, pra dizer o mínimo


Li teu livro ouvindo Grime, a discotecagem de Jacqleone

Funciona bem, é visceral pesado massudo e rápido

Ligeiro demais como uma bunda gostosa ritmando atabaques divinos


Amei teu livro de capa preta desde que abri o envelope pardo que o trouxe

O visual cyberpunk e a contaminação imediata: no princípio era o Vírus

E achei engraçada a dedicatória, pois sonhei com você antes dela chegar


Li teu livro rápido demais, e ele cortou minha mão, no polegar da direita


para Natália Nolli Sasso