É uma máquina de guerra por excelência.
Porque, imagino, tem que haver um ótimo consenso entre seus participantes,
artistas, direção, figurino, iluminação etc, sobre aquilo que se vai
apresentar, tem que se colocar as cartas na mesa todas, do coletivo, um jogo
micropolítico, toma lá da cá, de barganhas, a fim de ver qual é a moral da
história - aos vencedores as batatas (Tchecov) ou tudo acaba em pizza
(Veríssimo). Sob o risco de, não o fazendo, dizer o que pensa,
inviabilizar-se a pessoa artística, ou seja, aquela que, em essência, deve
expressar-se livre, plenamente (apesar e a partir de todas as condicionantes
contextuais). Para que assim, a máquina de guerra do monólogo ou da companhia
circense cigana e teatral faça o que tem que fazer de melhor: ritualizar o
passado, celebrar o momento presente e, principalmente, transmitir uma mensagem
ao Público, numa semente de futuro. Independente de causar êxtase ou asco,
dependendo de quem o sinta, o ritual deve ser cumprido, e o espetáculo tem que
continuar. Essa é uma palavra de ordem, e um convite à sua subversão.