Parece claro que o “conceito”,
qualquer que seja (científico, político, econômico, social, etc) muda de
posição e de contexto, com o passar do tempo, modo genérico, escuro;
Sobretudo os conceitos, por
exemplo direita e esquerda, são relativamente simples, “puros”, e absolutamente
compostos, ou seja, semioticamente mistos (a linguagem funcionando em relação à
fonética, mas também à escrita, ou à um sistema produtivo, jurídico, etc);
Cabe então, a partir do modo
genérico, buscar (refazer: decalque, e retraçar: mapa) as características do
desenvolvimento histórico de cada conceito, bem como identificar as mutações específicas (as encruzilhadas) de um conceito no outro;
Ora, a Direita “sempre”
correspondeu ao poder “superior”, seja este imperial, estatal, militar ou
empresarial, entre outros. Ordem, tradição e conservadorismo são seus lemas, e
respeito e devoção à Hierarquia sua especialidade; os exercícios e o Exército. A Segurança do Viver, o
Sentido do Trabalho, a Produção Social a meritocracia plena. Nesse sentido, atualmente, não haveria
nenhuma contradição em chamar um neoliberal de conservador: O Capital é sua
pátria, o “livre mercado”, do Direito à Propriedade à propriedade da Terra,
seja empresariado, estatal, religioso, seja rural, oceânico, aéreo: questão de
prioridade para a sobrevivência do corpo e usufruto do espírito, da
consciência, engrenar-se à Máquina de Reproduzir Mundo. Apolo, a voz da Razão;
A Esquerda, por outro lado,
sempre correspondeu a uma possibilidade de levante, de revolução, de inversão
dos papéis. De enxergar riqueza na pobreza, também o contrário, e lutar pela
erradicação de ambas as contradições. É a subversão, a quebra da Hierarquia
para extravasar o caldo de possibilidades, uma divertida, sofrida e necessária
paixão. Tentativa de libertação das regras do jogo, mas sempre dentro do jogo: a
destruição do sistema e a reconstrução das regras. É a solidariedade com os seres
vivos independente da hierarquia, da identificação com o outro, o
reconhecimento de sua inteireza, sua própria História, seu livre-arbítrio, que
com certeza goza e sofre, beleza glória e frágil. Dionísio e a alegria da Festa;
Sem miséria; o Banquete.
(Ainda caberia expressar algumas permutas que confirmassem a nominação Semiótica Composta, por exemplo a necessidade do desafio, o desejo em lançar-se, a vontade de potência, o prazer pelo controle, mananciais de afetos, etc)
Sem miséria; o Banquete.
(Ainda caberia expressar algumas permutas que confirmassem a nominação Semiótica Composta, por exemplo a necessidade do desafio, o desejo em lançar-se, a vontade de potência, o prazer pelo controle, mananciais de afetos, etc)