29.1.10

Eter na mente


Que beleza, que da hora, que tranquilidade
eu sei que está, exatamente agora,
em Termas de Ibirá.

no barco, diálogo entre pai e filho


xi filhão, ela tá dando sopa!? Não acredito.
pois é pai, caiu na rede é peixe.
não filhão, ela é mais do que peixe.
Ora pai, então é uma baleia!?
não filhão, é uma sereia!

26.1.10

quatro dela


O sol brilha majestoso,
E reflete memórias,
Que a noite de estrelas vela.

No fundo do pântano, no lodo mais escuro,
A flor de lótus aparece,
toda bela vitória régia.

No escuro da Ostra, do mar mais profundo,
Na lembrança mais velha,
Brilha dengosa a linda pérola.

Na noite dorme Cinderela
Sonha metáforas da vida e da morte
Enquanto seu príncipe espera.

14.1.10

sol-espelho


Vermelho é o escaravelho no meu peito.


(inspiração direta: poesia "Ultra", de Vinícius Alcadipani)

12.1.10

Eclipse oportuno


Da escuridão nasci, na luz do primeiro dia: é o desejo que começa, no fim do silêncio remoto.
Agora e sempre a vida brilha majestosa, a morte morre majestosa,
Dançando amantes, sinergia entre o silêncio e o crepúsculo.

Era peixe tanto em pai com em mãe: peixe gêmeo, pescador gêmeo.
Mergulhei em terra, transbordando de emoção pura e sincera.
E assim começa o festival de cheiros, sabores, texturas, visões, calores e tanto mais.
Nuances que expressam as esferas da vida: elípticas dançando no espaço-tempo curvo.
Alternar de gravidades, do grave ao agudo, do lento ao rápido, a equação em destaque.

Cheiro de grama e mato molhado ascendendo meu olfato lembranças de juventude.
Tantos desejos de novas paixões, do escuro a flor que brota das fontes jorram primavera,
Limiar da terra nutrindo a Continuidade.

É essa única essência que tu tocas, agora, em tais palavras que te olham, e observam.
Assim como entregam-te os livros essência, objetos transcendentais,
Onde conheci meu mestre, e os grandes mestres.
Pois grandes são os que nos guiam e orientam, andando à frente.
Do suor e sombra vejo em nós a silhueta de todo o universo.
Aurora de minha vida em tantas ondas de ser, agora partículas de mim mesmo.

Lá está Daisaku Ikeda, ainda jovem, andando na noite.
Eis que encontra seu mestre da vida, e lhe oferece o canto:
Ó viajante, de onde vens? E pra onde vais?
"A lua desce no caos da madrugada, mas vou andando antes do sol nascer, à procura de luz.
No desejo de varrer as trevas de minh’alma, a grande árvore eu procuro,
Que nunca se abalou na fúria da tempestade.
Nesse encontro ideal, sou eu quem surge da terra”.

Lá está Walt Whitman, gigante do norte, grassando a grama do verão da tarde.
Noite em transe o forno escuro me assa, o pão da palavra.
Até o raiar do dia, silêncio abraça desejo, olhos mudos como bocas.
Aqui o visível beija o invisível, tão real, consumindo-o, tornando-se invisível.

E assim leio os mestres e sou eu mesmo que encontro: saio das trevas, da caverna de marionetes.
O dia me ilumina, e eu cego leio livros com os dedos e ouvidos, objetos transcendentais.
Sol, estrela querida, dádiva da nossa eternidade longínqua: metamorfose de um buraco, negro de possibilidades.


Para consumar-se em chamas e beijar a entrega, o mergulho nas águas quentes do Eros,
A fluir até os confins do mundo, o gelo da morte, Tânatos, o inverno da vida.

Combustível do cosmos é o mesmo em meu corpo, teu corpo, a todo o momento pleno.
A vida nasce e morre, a morte morre e nasce.
Ouço os ecos de minha geração cantando de pés no chão as areias dos tempos.
Chico Science e Nação Zumbi: somos todos caranguejos, andando a passos lentos.

O som das multidões, a fervilhar em brasa, brilho de calor, ébano da pele de Ogum.
Metafísica dos opostos: o cientista mira o holofote, no mistério da vida: drama do ator subatômico.
Vem o artista! Olha o mundo na palma das mãos, e desenha a si mesmo como uma formiga lúdica.

A consciência expande-se e nunca contrai, já dizia vovô Einstein.
Mas memento respira, e talvez possa lembrar-se do brilho,
Da gota d’água escorrendo na pele morena da mulher amada,
Fim de tarde ensolarado, adorável crepúsculo.

À noite as corujas piam, mas se o galo canta anuncia: no oriente é dia.
A rede balança, também a joga o pescador.
Mesmo que o mar não esteja pra peixe, a gente persiste, insiste, até conseguir,
Que a rede é de Indra, e brilham os nós estrelas no céu.

E assim, no último suspiro de hoje, oro para que a escuridão cure as dores e o cansaço.
Silêncio do pó, que ao pó retorna e tudo cala.
Até findar o universo, em que o vento de todos os tempos em um único sopro se esvaia,
Acariciando assim a semente do primeiro broto.

Opportune Eclipse



Born from darkness, in light of the first day: a desire begins, in the remote silence.
Now and always shines majestic life, death dies majestic,
Dancing Lovers, synergy between silence and twilight.

I was a fish both in father and mother, a twin fish, twin fisher.
I dived into ground, overflowing with emotion pure and sincere.
And so begins the smells, tastes, textures, sights, hot flashes and so much more.
Nuances that express the spheres of life: elliptic dancing in curved space-time.
Switch of severities, from severe to acute, from slow to fast, the equation highlighted.

The smell of wet grass and weeds rising smell memories from my youth.
So many desires of new passions, from dark the flower buds and sources that gushes spring.
Threshold of nurturing earth Continuity.

It´s this single essence that you roles now, in these words that looks you, and observes.
As books delivers you essence, transcendent objects,
Where I knew my teacher, and the great masters.
For great are that that guides us and orientate, walking ahead,
From sweat and shade we see in the silhouette of the entire universe.
Aurora of my life in so many waves of being, now particles of myself.

There is Daisaku Ikeda, still a young man, walking at night.
Behold him finds the master of his life, and sings the song:
Ó traveler, from where are you coming? And to where are you going?
The moon descends into chaos in the daybreak, but I keep walking before the sunrise, in search of light.
In the desire to sweep away the darkness of my soul, the great tree I seek,
That never shocks it in the fury of the storm.
In this ideal meeting, it’s me who comes from the earth!

There’s Walt Whitman, the north giant, growing as grass in the summer afternoon.
Trance night in the dark I bake oven, the bread of the word.
By daybreak, silent embraces desire, eyes dumb as mouths.
Here, the visible kiss the invisible , so real, consuming it, becoming invisible.

To consummate itself in flame, kiss the delivery, diving in the warm waters of Eros,
Flowing till the ice of death, Thanatos, winter of life.

And so I read the masters and I found myself: I get out of the darkness, from the cave of puppets,
The day ups me, and blind I read books with fingers and ears, transcendent objects.
Sun, dear star, gift of our eternity distant: the metamorphosis of a hole, black possibilities.

Fuel of the cosmos is the same in my body, your body, at all times fully.
Life is born and dies, death dies and lives.
I hear the echoes of my generation, singing with feet in the ground the sands of time.
Chico Science and Nação Zumbi: we are all crab, walking in slow steps.

Sound of the crowds, the boiling-hot, bright heat: ebony skin of Ogun.
Metaphysics of opposites: the scientist aims the spotlight in the mystery of life: subatomic actor drama.
  Comes the artist! See the world in the palm of the hands, and draws himself as a playful ant.

Consciousness expands and contracts ever, once said Grandpa Einstein.
But memento breathes, and might remember the brightness,
Drop of water dripping into the moraine skin of the beloved, evening sunny, lovely sunset.

At night the owls sinks, but if the rooster crows annunciate: in Orient is day.
The net shakes, also plays it the fisherman, even if the sea if not for fish, we insist, persist, till get,
Because is Indra’s net, and the nodes shines n sky.

And so, in the last gasp of today, I pray that the darkness cure the pain and fatigue.
Silence of the powder, which returns to dust and everything is silent.
By ending the universe in which the wind of all times in a single breath exults,
Caressing so the seed of the first bud.

10.1.10

pra malandragem


Assim como a saudade
um pouco de malícia faz parte.
Já o excesso é maldade!