27.4.16

Sendas


A cicatriz no coração
é uma fenda aberta na cabeça
por onde escorrem jorram

26.4.16

Casa da boemia


o furdunço do bar
também é uma forma de lar

Pisando no breq


no sapatinho
que a ladeira da vida é braba

24.4.16

Iluminação genital


A chuva que cai do céu
É uma deusa mijando na nossa cabeça
Pingos de luz

Zênite

22.4.16

nada recatada


a lua está maravilhosamente gorda
bela
e amarela

19.4.16

A bela russa


Polaca
à dieta das batatas, acostumada
dos tempos das vacas magras
cortavam ventos frios
de inverno a terra natal

Então hoje em dia
peidava naturalmente
sem fazer pose ou se encabular

Mas tão bonitinha
e a bundinha tão arrebitadinha
que ele morria de tesão

Trepavam sempre que ela peidava

Epifania


quando o povo vira massa
a Era das multidões
chega ao fim

não é pena, é pêlo


eu sei que meus braços parecem asas, mas

Devires


processos que findam
tornam-se
produtos

processos intermináveis
permanecem

Caboclinha


o nome da criança

a bebida derramou-se


o Santo e sua parte

Minha grandeza


Na baía da Angra dos Reis
Entrei na madrugada do mar
pra buscar um poema
(de sonhos futuros):

Boiando na água do mar
na escuridão da noite
o céu estrelado

Na pequenez do mundo
Encontro

Borboletinha


os olhos
batem asas

beleza que avoa
insustentável leveza

69


Geminianos
Peixes

Canceriana
Entrega

Jamanta


No mar
Arraia
graúda

Miúdo
Humano
no sapatinho


5.4.16

Canhesca


Barriga de cobra
só sai do chão
pra dá o bote

3.4.16

os Segredos


também são uma forma
de Mentira

Ilusão
mundo Saha

a carne por debaixo
da pele os ossos
a foice a ceifar

o desejo de reinar
a Verdade por debaixo do panos
a venda nos olhos da Justiça

Leitmotiv descoberto

1.4.16

Dislexia


tava escrito
"viga-mestra"

meu cérebro leu
"espinha de peixe"